Mãe de jovem morto durante operação do Bope no Santo Amaro diz que não conseguiu doar órgãos: 'Nem esse sonho dele pude realizar'
Em entrevista à TV Globo, ela contou que conversou com o office boy sobre doação de órgãos porque ela mesma está na fila para um transplante de coração....

Em entrevista à TV Globo, ela contou que conversou com o office boy sobre doação de órgãos porque ela mesma está na fila para um transplante de coração. Mãe de jovem morto durante operação do Bope no Santo Amaro diz que não conseguiu doar órgãos: 'Nem esse sonho dele pude realizar' Monica Guimaraes Mendes, mãe de Herus Guimarães Mendes, de 24 anos, morto durante uma operação do Bope no Morro Santo Amaro no sábado (7), afirmou que o rapaz tinha pedido para que seus órgãos fossem doados em caso de morte. Ela afirma que, porém, "pelo estado" que o rapaz foi encontrado após ser baleado, a doação não foi possível. Em entrevista à TV Globo, ela contou que conversou com o office boy sobre doação de órgãos porque ela mesma está na fila para um transplante de coração. "Tenho problema muito sério de coração e estou na fila para transplantar. Meu coração é grande e tenho insuficiência cardíaca muito grave. Eu acabei de sair de 13 dias de terapia intensiva. O Herus sabe que a mãe dele é mais uma na fila. E ele sempre falou: 'Mãe, se acontecer alguma coisa comigo quero que você doe tudo. Eu sei que dói, mas por favor não esquece'", lembrou Mônica. "E aconteceu isso com meu filho e nem esse sonho do meu filho eu pude realizar. Nem isso. Pelo estado que ele foi encontrado, não deu tempo de salvar órgão nenhum", acrescentou Mônica, aos prantos. Ela também ressaltou que não havia integrantes do tráfico de drogas da comunidade na festa junina no momento da ação policial. "Eu nao vou ser hipócrita de dizer que na minha comunidade nao tem tráfico. Tem, como toda comunidade. Só que eles não estavam na festa. A festa foi respeitada. A festa é tradicional. As quadrilhas são federadas. Elas concorrem, elas têm compeonato, têm troféus pra apresentar se precisar", afirmou. Mônica também deixou um alerta: afirmou que ficou sabendo que pessoas têm se passado por ela e pelo marido, o auxiliar administrativo Fernando Guimarães para pedir dinheiro. "Nós, pais do Herus, não estamos pedindo dinheiro algum, gente. É golpe. São pessoas sem coração, sem empatia, que não têm e nunca vão ter noção da dor que a gente tá sentindo", conta. Herus Guimarães Mendes Reprodução Foragido de Rondônia seria o alvo O RJ2 apurou que o Batalhão de Operações Especiais (Bope) subiu o Morro Santo Amaro para tentar prender um foragido de Rondônia que passou a comandar o tráfico na Muzema. Luiz Carlos Bandeira Rodrigues, o Zeus, estaria escondido na comunidade. De acordo com as investigações, ao se esconder no Rio, ele passou a financiar a expansão do Comando Vermelho pela Zona Oeste. O secretário da Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes, só se pronunciou na manhã desta segunda-feira (9), dois dias depois da operação que interrompeu de forma trágica uma festa junina e deixou um jovem morto e cinco pessoas feridas. No sábado (7), foi divulgada apenas uma nota. No domingo (8), a corporação repetiu o mesmo comunicado. “Equipes do Bope realizaram uma ação emergencial para checar informações sobre a presença de diversos criminosos fortemente armados reunidos na Comunidade do Santo Amaro, se preparando para uma possível investida de criminosos rivais visando uma disputa territorial na região.” A nota segue dizendo que “no momento da ação, havia um evento na comunidade.” E que, de acordo com o comando do Bope, “criminosos atiraram contra os policiais nesta região, porém não houve revide.” Em outro ponto da comunidade, segundo a PM, os criminosos atacaram as equipes novamente, gerando confronto. Em entrevista ao Bom Dia Rio, a PM falou em erro e que o ocorrido é uma “oportunidade” de aprendizado. “Os responsáveis pela operação não observaram os protocolos e procedimentos operacionais da corporação. Por conta disso, nós decidimos afastar os oficiais e todos os policiais envolvidos das ruas para que haja lisura nas investigações”, disse Menezes. "A gente se solidariza com a família. Não é um resultado desejável, mas cada vez mais a gente vai entregar um serviço de qualidade para a população, aperfeiçoando protocolos e procedimentos. É uma oportunidade para a gente estudar a nossa ação", acrescentou. Mônica, mãe de Herus, morto em operação do Bope no Santo Amaro Reprodução/TV Globo Fernando e Mônica, pais e Herus, morto em operação do Bope no Santo Amaro Reprodução/TV Globo 📸Clique aqui e siga o perfil do RJ1 no Instagram