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STF nega pedido de defesa de Rogério Andrade, e bicheiro vai continuar preso

Defesa alegava que o Ministério Público do Rio e a Justiça fluminense estariam descumprindo uma ordem do STF, de 2022, que trancou a ação penal contra o co...

STF nega pedido de defesa de Rogério Andrade, e bicheiro vai continuar preso
STF nega pedido de defesa de Rogério Andrade, e bicheiro vai continuar preso (Foto: Reprodução)

Defesa alegava que o Ministério Público do Rio e a Justiça fluminense estariam descumprindo uma ordem do STF, de 2022, que trancou a ação penal contra o contraventor pelo assassinato de seu rival Fernando Iggnácio. Kassio Nunes Marques disse que surgiram novas provas contra o contraventor. Rogério de Andrade, maior bicheiro do Rio, é preso na manhã desta terça-feira, 29, no Rio de Janeiro JOSE LUCENA/THENEWS2/ESTADÃO CONTEÚDO O ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou nesta terça-feira (10) o pedido de defesa do bicheiro Rogério Andrade para que a nova investigação contra o bicheiro, em relação a morte de Fernando Ignnácio, fosse trancada novamente. Preso desde outubro do ano passado, a defesa de Andrade alegava que o Ministério Público do Rio (MPRJ) e a Justiça fluminense estariam descumprindo uma ordem do STF, de 2022, que havia trancado a ação penal contra o contraventor pelo assassinato de seu rival Fernando Iggnácio. No pedido, a defesa pedia que Andrade fosse solto. No entanto, em sua decisão, Nunes Marques destacou que o argumento não procedia, já que a promotoria apresentou novos “elementos de prova suficientes para o recebimento” de uma outra denúncia contra Andrade. Com isso, o patrono da Mocidade Independente de Padre Miguel vai continuar no presídio de segurança máxima em Mato Grosso do Sul. Rogério Andrade está preso pela execução de Iggnácio, genro de Castor de Andrade, em novembro de 2020, num heliponto no Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio. No ano passado, promotores, em um novo pedido de prisão, conseguiram reunir novas provas contra o bicheiro, o que possibilitou o oferecimento da nova denúncia e os mandados de prisão contra o bicheiro e Gilmar Eneas Lisboa — apontado como a pessoa que monitorou Iggnácio antes do assassinato. A reclamação dos advogados do contraventor se baseava em uma decisão da Segunda Turma do STF, relatada pelo próprio ministro Nunes Marques, em 2022, segundo a qual a primeira denúncia continha poucas provas. Por conta disso, a Suprema Corte determinou o trancamento da ação contra Andrade, mas fez a ressalva de que o caso poderia ser reaberto se surgissem novas provas, em razão da continuidade das investigações. Foi o que o ministro entendeu ter ocorrido com a segunda denúncia oferecida pela promotoria no fim do ano passado. “Cumpre esclarecer que não houve qualquer desrespeito ao que foi deliberado pelo STF. O acórdão expressamente destacou a possibilidade de continuidade das investigações e do oferecimento de nova denúncia ou eventual aditamento da já oferecida, na hipótese de surgirem novos elementos de prova.” Nunes ainda ressaltou que, nesse contexto, em 26/07/2022, o Ministério Público instaurou o PIC, "cujo desdobramento resultou na obtenção de tais elementos, os quais se mostraram suficientes para configurar justa causa ao oferecimento de nova denúncia”, diz a decisão. O g1 tenta contato com a defesa do bicheiro. Contraventor Rogério Andrade é preso por mandar matar rival Fernando Iggnácio Briga pelo poder Castor de Andrade era um dos chefões do jogo do bicho e morreu de infarto em 1997. Rogério era seu sobrinho e não herdou de pronto o espólio da contravenção. Coube a Paulo Roberto de Andrade, o Paulinho, filho de Castor, e a Fernando Iggnácio, genro do chefão, tocar o império. Na divisão, Iggnácio foi cuidar dos caça-níqueis, e Paulinho passou a tomar conta das bancas do bicho. Rogério, porém, considerava ter direito à herança e passou a disputar território com Paulinho e Iggnácio. Paulinho foi assassinado em 1998, crime atribuído a Rogério, que assumiu o negócio do primo e começou a avançar sobre o de Iggnácio. Fernando Iggnácio, genro do contraventor Castor de Andrade, foi executado dentro de heliporto na Zona Oeste do Rio de Janeiro Luciano Belford/Agência O Dia/Estadão Conteúdo Investigações da Polícia Federal mostram que a disputa entre Rogério Andrade e Fernando Iggnácio entre 1999 e 2007 resultou em 50 mortes — algumas foram de policiais, acusados de prestar serviços para os contraventores. Rogério Andrade é preso no Rio de Janeiro Reprodução/ TV Globo Rogério Andrade é patrono da Mocidade Independente de Padre Miguel Reprodução

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