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STJ autoriza retomada das obras da tirolesa do Pão de Açúcar

Por 4 votos a 1, ministros mantêm autorização para conclusão da tirolesa entre os morros da Urca e do Pão de Açúcar. Obra estava embargada desde 2023. P...

STJ autoriza retomada das obras da tirolesa do Pão de Açúcar
STJ autoriza retomada das obras da tirolesa do Pão de Açúcar (Foto: Reprodução)

Por 4 votos a 1, ministros mantêm autorização para conclusão da tirolesa entre os morros da Urca e do Pão de Açúcar. Obra estava embargada desde 2023. Pão de Açúcar Reprodução/TV Globo A Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu, por 4 votos a 1, manter a autorização para a conclusão das obras da tirolesa entre os morros do Pão de Açúcar e da Urca, na Zona Sul do Rio. O julgamento, encerrado nesta terça-feira (10), rejeitou o recurso do Ministério Público Federal (MPF), que pedia a suspensão do projeto por risco de danos irreversíveis ao patrimônio natural e histórico da área. Prevaleceu o voto do relator, ministro Francisco Falcão, que já havia se manifestado a favor da continuidade das obras. Ele foi acompanhado pelos ministros Marco Aurélio Bellizze, Teodoro Silva Santos e Afrânio Vilela. A ministra Maria Thereza de Assis Moura foi a única a votar contra, defendendo a paralisação até o julgamento final da ação civil pública movida pelo MPF. Segundo os ministros que votaram pela retomada do projeto, a paralisação da obra — que já está 95% concluída — causaria mais prejuízos ao patrimônio público do que sua finalização. Eles destacaram o chamado “periculum in mora reverso”, ou seja, o risco de dano maior caso a obra permaneça inacabada. Tirolesa será entre os dois maiores morros do complexo do Pão de Açúcar Alexandre Macieira/Riotur A decisão foi celebrada pela Companhia Caminho Aéreo Pão de Açúcar (CCAPA), responsável pelo projeto. "O resultado do julgamento é, sem dúvida, uma vitória para o turismo e para a economia do estado do Rio de Janeiro. O projeto teve todas as licenças necessárias do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e segue rigorosamente a legislação", afirmou o advogado Frederico Ferreira, do escritório Bermudes Advogados. A defesa da CCAPA também destacou que as intervenções em rocha foram consideradas “insignificantes” pelo Iphan e que a obra permitirá acessibilidade ao equipamento. "Pessoas com deficiência poderão utilizar a tirolesa sem qualquer restrição", completou Marcio Vieira Souto Ferreira. A obra da tirolesa está embargada desde junho de 2023, por decisão da Justiça Federal. O projeto prevê quatro cabos de aço com 770 metros de extensão, paralelos ao trajeto dos bondinhos, oferecendo uma nova experiência turística entre os dois morros. Cronologia do caso O projeto da tirolesa foi apresentado pela Companhia Caminho Aéreo Pão de Açúcar (CCAPA), concessionária do Bondinho, com o objetivo de oferecer uma nova experiência turística entre os dois morros. A proposta prevê quatro cabos de aço com 770 metros de extensão, paralelos ao trajeto dos bondinhos. Obra da tirolesa entre o Pão de Açúcar e o Morro da Urca preocupa ambientalistas  A iniciativa começou a ser discutida com o Iphan em 2020. Em maio de 2022, o órgão aprovou o anteprojeto, e em outubro do mesmo ano, autorizou o avanço para o Projeto Executivo. As obras começaram em setembro de 2022. Em janeiro de 2023, o Iphan determinou a paralisação imediata das obras após identificar corte de rocha não autorizado e derramamento de material. A empresa apresentou laudos técnicos e um novo sistema de contenção de detritos. Em fevereiro, o Iphan recomendou a retomada das obras, condicionada à supervisão e à elaboração de um Plano Diretor. No entanto, em junho de 2023, a Justiça Federal acatou pedido do MPF e embargou a obra, alegando irregularidades nas perfurações e risco de danos ao patrimônio. A Unesco, que reconheceu o Pão de Açúcar como Patrimônio Mundial em 2012, também passou a acompanhar o caso e solicitou esclarecimentos ao governo brasileiro. Clique aqui e siga o perfil do Bom Dia Rio no Instagram Parecer favorável O parecer do Iphan de fevereiro de 2023, que recomendava a aprovação do projeto e a retomada das obras, apontou que as intervenções no morro do Pão de Açúcar são em áreas já alteradas e que a obra visa "à plena acessibilidade de pessoas com necessidades especiais" às instalações da tirolesa. "Os cortes em rocha são pontuais e a altura máxima de corte é de 2,06m de área da instalação da plataforma de decolagem da tirolesa, conforme planta demolir/construir deck tirolesa e corte 02. Os demais cortes não ultrapassam os 0,9m conforme os cortes 04 e 05", dizia um trecho do parecer. Início do corte de rocha com fio diamantado, no topo do Pão de Açúcar, com vistas a nivelar as estruturas do sistema de tirolesa, o que acarretou o derramamento de material composto por água e pós de rocha ao longo do pão de Açúcar. Cláudia Espasandin / Iphan (17/01/2023) Segundo o documento, o parecer foi elaborado para avaliar os seguintes pontos: Instalação de tirolesa; novos acessos a partir da trilha existente; intervenções pontuais no relevo (cortes e perfurações em rocha); e melhoria da acessibilidade para pessoas com deficiência (PNE). É importante destacar que o parecer não é uma decisão final, mas uma recomendação técnica que será submetida à Superintendência do IPHAN-RJ para decisão administrativa. O documento afirma que o projeto respeita os critérios de preservação do patrimônio cultural e paisagístico. O órgão também solicitou a elaboração de um Plano Diretor para o Complexo Pão de Açúcar, a fim de evitar intervenções fragmentadas. Maioria vê a tirolesa como atrativo Uma pesquisa realizada pelo Datafolha, encomendada pelo Parque Bondinho Pão de Açúcar, revelou que 36% dos brasileiros afirmam que a instalação da tirolesa aumentaria a chance de visitarem o Rio de Janeiro. O levantamento, realizado em agosto de 2023 com mais de 2 mil pessoas em 112 cidades, também mostrou que 86% acreditam que a atração aumentará o turismo na cidade. Além disso, 63% dos entrevistados têm uma opinião positiva sobre a tirolesa, e 46% acreditam que ela trará impacto ambiental positivo. Apenas 26% apontaram possíveis impactos negativos.

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